Engatinhando em seus primeiros anos de desenvolvimento, a energia solar fotovoltaica prova que veio para ficar, gerar empregos e mudar a cara do setor energético no Brasil. A quantidade das instalações já passou das 5.000. Embora ainda um número tímido, demonstra um crescimento de 350% em um ano. Para aqueles que conhecem as peculiaridades do mercado fotovoltaico a nível global, como eu que passei alguns anos da minha vida fazendo centenas de instalações na Austrália, já é possível observar os primeiros sinais do que chamamos de o boom solar: o começo de um crescimento vertiginoso de instalações.
O boom solar
O Brasil acordou tarde para o setor de energia que mais cresce no mundo, mas a boa notícia é que ele acordou para o “verão da energia solar”. Chamo de verão este período que começa agora para o setor não por causa dos dias quentes que teremos nos próximos meses, mas sim pois a tecnologia fotovoltaica, que continua em pleno desenvolvimento tecnológico, atingiu um ponto onde os custos dos equipamentos já não são mais uma barreira de entrada e a energia produzida pelas placas fotovoltaicas, fica cada vez mais barata.
Na maioria dos estados brasileiros a energia solar, em sua modalidade “distribuída”, onde as placas são instaladas diretamente sobre o telhado daqueles que vão utilizar a energia, já tem um payback de 4 a 6 anos. Ou seja, após este período a energia produzida pelos painéis será praticamente grátis! Em questão de 5 a 7 anos a energia solar fotovoltaica será mais barata que a energia gerada pelas hidrelétricas se tornando assim a fonte mais competitiva.
Um mercado mais competitivo traz inovação e qualidade.
Em pleno crescimento, o número de players do setor de energia solar, em quase todos os níveis, continua a se expandir.
As empresas chinesas estão fazendo up-grades em suas linhas de células indo para tecnologias como a PERC ou a Heterojunção que permite que os painéis solares produzam energia dos dois lados e com uma eficiência e vida útil maiores. Os wafers de silício são cortados cada vez mais finos, utilizando-se a tecnologia Diamont Wire, e assim reduzindo o custo do silício nas células. Os primeiros painéis interconectados com com SmartWire, tecnologia que reduz o uso da prata em 70% começam a chegar no mercado Europeu e Americano. Tudo isso contribui para que os painéis sejam melhores e mais duráveis e o custo da energia produzida fique cada vez mais barata.
Aqui no Brasil, desde os pequenos e médios integradores fazendo a instalação de painéis solares em residências e comércios até as grandes concessionárias de energia envolvidas em grandes projetos de instalação de usinas solares, estão tornando o setor cada vez mais competitivo. Isso, é claro, só pode ser uma boa notícia para os consumidores finais pois esta forçando as empresas a oferecerem soluções melhores por preços mais competitivos.
O consumidor final e as empresas estão se educando, começando finalmente a escolher os equipamentos com base na qualidade e não só no preço. Muitos já entendem a necessidade de termos um processo de certificação do painel solar que atenda aos requisitos de segurança, como a IEC 61215